quarta-feira, 23 de junho de 2010

Hoje eu quero falar sobre SAUDADE...



Não aquela saudade da infância, de uma amiga que não se vê há anos, não é saudade daquele momento que não volta mais, muito menos saudades de quem já se foi [por mais que meu coração seja corroído dessa dolorosa saudade]. Hoje eu vim falar de uma saudade da coisa mais fundamental e importante na vida... FAMÍLIA.
Saudade do cheiro, do toque, do carinho... Saudade de não saber o tempo inteiro o que estão fazendo, saudade das broncas e até de ficar caladinha, do ladinho deles.
Saudade de Belém, Santa Inês, Salvador, Rio, Ceará, São Paulo, Tel aviv... uma saudade que passa por tantos lugares pelo mundo, uma saudade que aperta bem aqui, no meu peito.
Saudade da comidinha da Maria, sempre tão atenciosa e fazendo todos os quitutes que eu tanto amo, assim que chego em Belém. Comidinhas com gosto de amor, de dedicação... Comidinhas feitas na madrugada, para que quando eu chegasse pela manhã, estivesse prontinha na mesa.
Saudade do carinho da bisavó, do cheirinho de laquê no seu cabelo, saudade de ficarmos deitada na cama dela, contando tudo o que se passa aqui em São Luis. A gente até faz isso ao telefone [obrigada, TIM Infinity!], mas não chega aos pés de quando estamos juntas. Saudade da sua disposição em ir ao shopping comigo, porque eu PRECIIIIIIIIIIIIIISO pra ontem de uma calça nova! Do seu cafuné, que às vezes até arranha um pouco devido as suas unhas enormes, sinais de uma senhora, que apesar da idade, não perde a vaidade.
[Sabe que esses dias recebemos uma ligação dela dizendo que cada um que reze por si, porque esse mês ela não iria rezar por ninguém... nenhum bisneto [logo esse mês, que preciso tanto!], neto, filho... eu logo pensei :“Ai, Meu Deus, eu to que nem carro sem seguro... sem proteção nenhuma!”. Quando perguntamos a ela o que havia acontecido, o motivo pelo qual ela iria nos abandonar desse jeito [é que o carinha lá de cima leva a regra tudo que ela pede!], ela disse: “É que esse mês eu só vou rezar pro Brasil ganhar a copa!”]
Saudade do bisavô dizendo que eu sou a bisneta que ele mais quer bem, sabendo eu que ele diz isso a todos os seus bisnetos, netos, filhos... Mas é tão linda a forma como ele se declara a nós... e sabemos que dentro daquele velho coração, sempre estamos [independente de quem seja] em primeiro lugar. Saudade de ouvir suas histórias quando jovem, em como ele conquistou a bisa, do barco, da dura vida que levou e das grandes conquistas desse lindo e velhinho homem, que tem hoje, em cada ruguinha a marca de uma vida honrada e feliz.
Saudade da minha tia Dina, carinhosa como só ela sabe ser, alegre, conselheira. Uma verdadeira mãe para cada sobrinha.
Saudade da minha ‘madinha’, que se resume a um só nome : dedicação. Caprichosa e dá a sua vida a quem ela ama, não se cansa em agradar, em cuidar, em amar... um verdadeiro exemplo de vida.
Saudade dos primos, tios, agregados, que estão por esse mundo, vivendo suas vidas, cuidando de suas famílias, aperriados com essa vida maluca...
Uma saudade linda, mas dói...
Uma saudade com final feliz, sempre que nos encontramos, nos abraçamos... Saudade que se encerra ali, naquele beijo, naquele carinho... e que volta cada vez que temos que nos separar novamente.
Hoje só tenho a agradecer a Deus, por sentir essa saudade, mas ainda ter como matá-la...
Hoje eu só queria uma única coisa... beijar cada pessoa que citei aqui e que pensei ao escrever.
Saudade...

[Na foto, minha bisavó linda Olívia, meu bisavô João e minha tia Dina, torcendo pela Copa, afinal estamos isentos de orações por causa dela!]

P.S.: Sigam-me também no Twitter, Facebook, Orkut e Formspring.

P.S 2.: Obrigada a quem comentou no post passado, joanita adoro você... e ao anônimo, as vezes também penso nisso, sabia???


Beijinhos!

3 comentários:

Anônimo disse...

laís, seu texto ta lindoooo! eu simplesmente ameiii! amooo velhinhos fofinhosss! tnho um avo de 87 anos e uma avo de 80.. no momento to morando longe deles e me identificquei demais com suas palavras! parabens! bjinhos

Anônimo disse...

Amiga, que texto lindo. Me emocionei, de verdade. Linda a forma que você expôs a saudade, um sentimento dolorido e muito mais muito forte.
Já te disse que você vai ter lugar garantido no meu jornal né? Vai ser a colunista mais lida. Beijos amiga. Larissa Luna

Anônimo disse...

Continuo achando que você deveria seguir com o Jornalismo... Ou ser uma médica com uma coluna fixa no melhor jornal, rsrs... Continue assim, escrevendo com o corpo e com a alma e trazendo belissimas palavras para todos nós. Beijos